Kumikata, Hiki-te e Tsurite: O Início do Controle no Judô
- skyohara5
- há 3 dias
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No judô, o primeiro passo para aplicar qualquer técnica com eficiência é conquistar uma boa pegada, conhecida como kumikata. Muito mais do que simplesmente segurar o judogi do adversário, o kumikata envolve estratégia, adaptação e domínio técnico. É a base que permite ao judoca controlar o ritmo da luta, buscar oportunidades de ataque e se defender de investidas do oponente.
O termo kumikata significa literalmente “método de pegar” e se refere à disputa e à forma de segurar o adversário durante o combate. Existem diferentes estilos de pegada, como a pegada de direita (migi-kumi) — mão direita na gola (eri) e mão esquerda na manga (sode) — e a pegada de esquerda (hidari-kumi), invertendo as posições. Cada judoca, com o tempo, desenvolve sua própria estratégia de kumikata, adaptando-a ao seu biotipo, às técnicas preferidas e ao estilo do adversário.
A força empregada na pegada deve ser suficiente para manter o controle, mas sem rigidez excessiva, permitindo rápidas trocas de posição e dificultando que o oponente tire vantagem. A disputa pela melhor pegada, chamada de “luta de pegada” ou grip fighting, é determinante para o sucesso na luta, pois sem uma pegada eficiente, praticamente não se pode projetar o adversário.
Hikite e Tsurite: As Mãos-Chave do Kumikata
Dentro do kumikata tradicional, destacam-se duas funções essenciais das mãos: hikite e tsurite.

Hikite é a “mão que puxa”, normalmente responsável por segurar a manga do adversário. Sua principal função é puxar, atrair e direcionar o oponente, quebrando seu equilíbrio e criando aberturas para as técnicas de projeção. O hikite pode também potencializar o giro do tronco e do quadril, aumentando a potência e a precisão do movimento.

Tsurite é a “mão que levanta”, geralmente segurando a lapela do judogi, próxima ao ombro do adversário. O tsurite atua levantando, empurrando ou guiando o adversário, complementando o hikite para gerar o desequilíbrio necessário à execução da técnica. Em uma postura tradicional à direita, por exemplo, a mão direita faz o tsurite e a esquerda o hikite.
A sincronia entre hikite e tsurite é o que permite ao judoca manipular o centro de gravidade do adversário, facilitando a aplicação das técnicas de projeção. Sem esse controle refinado das mãos, o ataque perde eficiência e o judoca fica vulnerável a contra-ataques.
Conclusão
O domínio do kumikata, aliado ao uso eficiente de hikite e tsurite, é essencial para qualquer judoca que deseja evoluir tecnicamente e se destacar nas competições. Treinar diferentes formas de pegada, entender o papel de cada mão e buscar sempre o controle do adversário são diferenciais que fazem toda a diferença no tatami. Lembre-se: no judô, o controle começa nas mãos — e é a partir delas que se constrói o caminho para a vitória

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